Manuscrito H[1]
Manuscrito H1
Elisa Alvarenga
A.M.E. da Escola Brasileira de Psicanálise/AMP
elisalvarenga@gmail.com
Resumo: O “Manuscrito H”, enviado por Freud a Fliess em 1895, é situado entre os textos em que Freud pensa as psicoses, no plural, entre as neuropsicoses de defesa, no final do século XIX. Freud percebe que o mecanismo das psicoses difere do recalque das neuroses, mas ainda não consegue precisá-lo bem.
Palavras-chave: neuropsicoses; defesa; recalque.
H MANUSCRIPT
Abstract: The “H Manuscript”, sent to Fliess by Freud in 1895, is situated among the texts in which Freud talks about psychoses, in plural, among the defense neuropsychoses, at the end of the XIXth century. Freud realizes that psychoses mechanism is different from neuroses repression, but he can’t yet precise it.
Keywords: neuropsychoses; defense; repression.
Introdução
Começo com uma pergunta: a psicose é para Freud uma estrutura, no sentido lacaniano do termo? Abordada inicialmente no quadro das “Neuropsicoses de defesa”, a psicose é vista como uma maneira específica de defesa, e como tal distinta da neurose. Freud se interessa num primeiro momento pelas psicoses, no plural, pois ele distingue diversas maneiras de enfrentar realidades penosas, no sentido de representações inconciliáveis com o eu. O mecanismo do recalque já está então no centro do problema.
O “Manuscrito H”, que comentaremos hoje aqui, pertence a esse período inicial, em que Freud vai elaborando sua concepção do aparelho psíquico e resgatando a importância da sexualidade nas neuroses e nas psicoses. Ele desemboca, na virada do século XIX ao século XX, na primeira tópica freudiana (ics-pcs-cs) e na teoria da libido. Vai ser a época dos grandes relatos de casos clínicos e Freud debruça-se então especialmente sobre a paranoia e a esquizofrenia, consideradas em série como maneiras mais ou menos radicais de desviar a libido do mundo exterior. O seu “recalque” distingue-se bem do recalque da neurose.
A segunda tópica (isso-eu-supereu) surge após a introdução da pulsão de morte na teoria da libido e os critérios antes utilizados se revelam insuficientes para diferenciar neuroses e psicoses: a defesa, o destino do afeto, a retração da libido, a relação com a homossexualidade, a relação com a realidade. Freud se interessa pela maneira como os psicóticos se afastam da realidade e pela especificidade do seu “recalque”. A realidade em questão é uma realidade psíquica ou simbólica, a realidade da castração. É a maneira de posicionar-se frente a essa realidade que vai caracterizar o mecanismo em questão na psicose, em oposição ao recalque da neurose. Freud passa então das psicoses, no plural, à psicose, no singular (ALVARENGA, 1992, p. 5).
O conceito de psicose em Lacan, nos anos 50, no Seminário As psicoses e no texto “De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose”, dois anos depois, diz respeito a uma estrutura, irredutível à estrutura neurótica. Vamos percorrer hoje aqui alguns textos freudianos desse período inicial, em torno das neuropsicoses de defesa, de 1895 até 1900, levando em consideração que esse conceito de defesa não perde sua importância, pois ele reaparece ao final da vida de Freud no texto “A divisão do eu no processo de defesa”.
As neuropsicoses de defesa (1894)
O interesse de Freud pelas psicoses foi provavelmente despertado pelos problemas clínicos colocados pela histeria. Já nos “Estudos sobre a histeria”, publicados em 1895, Freud propõe um modelo de “psicose histérica” como resultado de um fracasso da defesa. Começaremos nosso percurso por uma leitura das “neuropsicoses de defesa”, assunto dos artigos dos anos 1890, assim como dos manuscritos e cartas enviados a Fliess.
Wilhelm Fliess era um médico otorrinolaringologista, correspondente assíduo de Freud nesse período do seu pensamento, e que tinha umas teorias um pouco delirantes sobre as patologias mentais. É considerado como “o analista” de Freud, o qual lhe fazia confidências e submetia a ele seus pensamentos e novas ideias. A correspondência entre os dois pesquisadores tem um papel fundamental na elaboração de alguns conceitos freudianos.
A reticência de Freud em receber pacientes psicóticos em análise não parece tão acentuada no início de sua prática, talvez em função mesmo da inclusão das psicoses entre as neuropsicoses de defesa. Ele falará principalmente da paranoia e dos episódios delirantes agudos. Nesse artigo de 1894, Freud estabelece uma conexão entre neurose e psicose como resultados de mecanismos de defesa ligados a uma divisão da consciência, expressão de uma disposição patológica: uma representação desperta um afeto penoso que a pessoa decide esquecer, mas esse esquecimento fracassa e conduz a uma histeria, a uma obsessão ou a uma psicose alucinatória.
Na neurose, o eu torna a representação fraca retirando-lhe o afeto, quantidade de excitação que, na histeria, é deslocada para o corpo na conversão. Nas obsessões e fobias, a representação é excluída das associações, mas o afeto se liga a outras representações que se tornam obsedantes. Freud introduz então uma “psicose de dominação”: uma jovem que sofre de autoacusações obsessivas perde sua capacidade crítica e seu sentimento de culpa acentua-se de tal forma que ela chega à psicose, sendo curada após alguns meses de tratamento.
Se, nas neuroses, a defesa é efetuada pela separação entre a representação inconciliável e o afeto que lhe corresponde, há
uma espécie de defesa muito mais poderosa e bem sucedida. Aqui, o eu rejeita (verwirft) a ideia incompatível juntamente com seu afeto e comporta-se como se a ideia jamais lhe tivesse ocorrido. Mas a partir do momento em que o tenha conseguido, o sujeito encontra-se numa psicose, confusão alucinatória. (FREUD, 1894/1976, p. 71)
Além disso,
O conteúdo de uma psicose alucinatória consiste na acentuação da ideia que foi ameaçada pela causa precipitante do desencadeamento da doença. O eu se defendeu da ideia incompatível através da fuga para a psicose. Ele escapa da ideia intolerável; esta, porém, é ligada inseparavelmente a um fragmento da realidade, de modo que, à medida que o eu alcança esse resultado, ele se destaca, também, parcial ou inteiramente, da realidade. As ideias do sujeito recebem a vividez das alucinações; assim, quando a defesa consegue ser levada a cabo, ele se encontra em um estado de confusão alucinatória. (FREUD, 1894/1976, p. 71)
Dois exemplos:
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- Mãe que perdeu o bebê: embala um pedaço de tronco em seus braços, como se fosse um bebê.
- Mulher que foi abandonada: veste-se para esperar o noivo todos os dias.
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A confusão alucinatória não é habitualmente compatível com a histeria ou com as obsessões, mas uma psicose de defesa pode vir interromper episodicamente o curso de uma neurose histérica ou mista. Freud isola os mecanismos, mas admite sua incidência sobre um mesmo sujeito.
A distinção entre os mecanismos da neurose e da psicose é elaborada por Lacan a partir do termo “rejeição” (Verwerfung), já utilizado em 1894. A alucinação, resultado da rejeição da representação, é exatamente o que Lacan vai chamar de retorno no real do que não foi simbolizado pelo sujeito.
Manuscrito H – Paranoia – 24.01.1895
Freud introduz a paranoia nas neuropsicoses de defesa por uma analogia com a neurose obsessiva, como uma “psicose intelectual”, considerando-a como mais uma forma de defesa, ao lado da histeria, da obsessão e da confusão alucinatória. “Alguém se torna paranoico em relação a coisas que não pode suportar” (FREUD, 1895/2016, p. 15). Mas é preciso uma predisposição específica para isso.
Freud dá como exemplo uma paciente que apresentava delírios de observação e perseguição. Ele crê que ela sofre de uma neurose de caráter sexual, com eventuais acessos de paranoia. Tendo tentado, sem sucesso, suprimir a tendência à paranoia restaurando a lembrança de uma cena de sedução, ele se pergunta sobre o caráter específico de defesa paranoica. A paciente foi assediada por um hóspede e se recusava a se lembrar da cena de assédio e se sentir culpada. Sua culpa retorna de fora no delírio de observação e recriminação.
A doença tentava evitar uma autocensura recalcando-a, mas a recriminação retornava de fora: a paciente era observada e criticada.
O julgamento sobre ela fora desalojado para fora. As pessoas diziam aquilo que normalmente ela teria dito para si mesma ela. […] O julgamento vindo de dentro, ela teria de aceitar. O que vinha de fora, ela podia recusar. Dessa forma o julgamento, a recriminação, era afastado do Eu. A paranoia tem, portanto, o propósito de se defender de uma representação intolerável para o Eu projetando seu conteúdo no mundo exterior. […] Trata-se do abuso de um mecanismo psíquico utilizado com frequência. (FREUD, 1895/2016, p. 17-18)
Para Lacan, seria melhor abandonar o termo “projeção”, pois a projeção na psicose “é o mecanismo que faz voltar de fora o que está preso na Verwerfung, ou seja, o que foi posto fora da simbolização geral que estrutura o sujeito” (LACAN, 1955-56/1985, p. 58).
O próprio Freud coloca em questão tal termo, diferenciando a projeção como mecanismo neurótico de imputar ao outro o que não reconheço em mim – se não gosto de fulano penso que fulano não gosta de mim – do mecanismo da psicose: é incorreto dizer que a sensação suprimida internamente é projetada para o exterior, a verdade é que, pelo contrário, aquilo que foi abolido internamente retorna desde fora (FREUD, 1911/2021).
Freud dá vários exemplos de defesa que levam a um delírio de perseguição e nota que a megalomania consegue eliminar do eu a ideia penosa melhor ainda que a paranoia: “a ideia delirante é mantida com a mesma energia com que o Eu se defende de alguma outra ideia penosamente insuportável. Portanto, eles amam o delírio como a si mesmos” (FREUD, 1895/2016, p. 20). Exemplos:
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- O paranoico querelante não suporta a ideia de ter feito algo errado e imputa o erro ao Outro: delírio de reivindicação
- A nação não suporta a ideia de ter sido vencida: paranoia de massa, delírio de traição. Mais atual, uma massa que não aceita ter perdido uma eleição, delírio de fraude
- O alcoólatra não suporta a ideia de ter ficado impotente pela bebida. A culpa é da mulher: delírio de ciúmes
- O hipocondríaco não admite que sua doença tem a ver com suas condutas: delírio de envenenamento
- O funcionário não admite seu fracasso em ser promovido: delírio de complô e de perseguição
- A cozinheira que perdeu seus atrativos: delírio erotômano ou de grandeza
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Também no caso Schreber, Freud desenvolve com mais clareza a gramática da paranoia, a partir de três formas de negar a proposição básica “Eu, um homem, amo um homem” (FREUD, 1911/2021, p. 604-606): negar o objeto, o verbo ou o sujeito:
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- Eu não o amo, eu a amo, porque ela me ama: erotomania
- Eu não o amo, eu o odeio, porque ele me persegue: delírio de perseguição
- Não sou eu que o amo, é ela que o ama: delírio de ciúmes
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Freud compara, então, no quadro da página 21, as formas de defesa da histeria, da obsessão, da confusão alucinatória, da paranoia e da “psicose histérica”. Na histeria, o conteúdo intolerável fica fora da consciência e o afeto é deslocado para o corpo. Na obsessão o afeto é mantido, mas o conteúdo representativo é substituído por outro (deslocado). Na confusão alucinatória, o afeto e o conteúdo são afastados do eu por um desligamento parcial do mundo exterior, com alucinações agradáveis ao eu (ver os dois primeiros exemplos). Na paranoia, ao contrário, o afeto e a ideia intolerável são mantidos, mas projetados no mundo exterior. As alucinações são desagradáveis ao eu, mas apoiam a defesa. Já nas “psicoses histéricas”, o afeto domina a consciência e as alucinações são hostis ao eu. Trata-se da histeria aguda dos “Estudos sobre a histeria”, na qual “o eu está sendo constantemente esmagado pelos produtos da doença” (FREUD, 1895/1974, p. 319). O sentimento de culpa de uma paciente torna-se tão acentuado que ela acredita ser uma criminosa.
Para Lacan, Freud põe em jogo mecanismos de defesa semelhantes para as neuroses e as psicoses, embora seus efeitos sejam fenomenologica e psicopatologicamente distintos. Os diferentes mecanismos deveriam, inversamente, ser deduzidos a partir dos resultados.
Manuscrito K – As neuroses de defesa – 01.01.1896
Freud retoma um ano depois algumas ideias sobre a paranoia. O “recalque” só se efetua depois que a lembrança já causou desprazer. Não se trata de uma recriminação recalcada, mas de um desprazer pelo qual o outro é considerado responsável, através do mecanismo da projeção. O sintoma primário é a desconfiança em relação aos outros e o paciente não acredita na censura. As vozes representam as autoacusações. As frases são inicialmente deformadas, confusas e ameaçadoras, para depois associar-se à desconfiança. O processo termina, seja pelo que Freud chama de melancolia – impressão de insignificância do eu –, seja pela megalomania.
Freud interessa-se cada vez mais pela especificidade do “recalque” na psicose. Na paranoia, a relação entre o discurso e a lembrança “recalcada” não pode tornar-se consciente e o eu recusa qualquer crença na censura. Freud chama de Unglauben essa descrença na censura, que fará com que tomemos a inocência como um signo da paranoia, enquanto a culpabilidade delirante é um signo da melancolia. Essa questão da crença aparece várias vezes nos escritos de Freud e só vinte anos depois, em “A negação” (1925), ele nos dará as chaves para entender essa “descrença” dos paranoicos. A relação à lembrança que não pode tornar-se consciente indica que se trata aqui de algo distinto de um recalque. Essa recusa na crença parece ser a precursora do mecanismo finalmente isolado como Verwerfung.
Análise de um caso de paranoia crônica (1896)
Em seus “Novos comentários sobre as neuropsicoses de defesa”, Freud apresenta um caso que confirma sua teoria de uma “psicose de defesa”. Trata-se de uma mulher de 32 anos que, seis meses após o nascimento de seu primeiro filho, manifesta os primeiros sinais da doença: ela se fecha em si mesma e torna-se desconfiada: todos fazem tudo para magoá-la, adivinham seus pensamentos e sabem de tudo que se passa em sua casa.
Um dia surge o pensamento de que a observam enquanto se despe, e mais tarde sente seus genitais como “se sente uma mão pesada”. Tem alucinações de mulheres nuas e dos órgãos femininos e masculinos. Vozes desconhecidas começam a importuná-la, comentando suas ações, ameaçando-a e recriminando-a.
Quando começa a análise dessa paciente, Freud pensa que ela se comporta como uma histérica. Porém, os dados inconscientes são, a maior parte do tempo, escutados interiormente ou alucinados como vozes. A origem dos sintomas da paciente estaria no “recalque” das relações que ela tivera com o irmão e as falsas interpretações da paranoia se apoiariam sobre um recalque. As alucinações visuais seriam fragmentos das experiências infantis recalcadas, correspondendo ao retorno do recalcado. Sua vergonha transforma-se em suspeita em relação aos vizinhos e as vozes devem sua origem ao “recalque” de recriminações provocadas por um acontecimento análogo ao traumatismo infantil. Seria característico da paranoia a alusão dissimulada e as formas de linguagem incomuns.
Comparativamente à neurose obsessiva, em que o sujeito desconfia de si mesmo e a censura retorna nas representações obsessivas, na paranoia a censura é “recalcada” pela via da “projeção”: a desconfiança diz respeito aos outros e as censuras retornam nas ideias delirantes. Incapaz de se responsabilizar por seus atos e palavras, o sujeito paranoico atribui a culpa ao Outro, assim como as acusações. A alucinação paranoica sofreria uma deformação na qual uma imagem recente substitui a antiga. Pensamentos em voz alta são deformados e substituídos por outros pensamentos. O eu se adapta a eles por um trabalho delirante de interpretação que acaba por modificá-lo.
Em 1922, Freud acrescenta a esse caso uma nota sobre sua evolução, dando-lhe finalmente o diagnóstico de dementia paranoides, o mesmo conferido a Schreber.
A interpretação dos sonhos (1900)
No capítulo VII de “A interpretação dos sonhos”, Freud se detém sobre os delírios e as psicoses. Após o paralelo com as neuropsicoses, encontramos aqui um outro, entre os delírios e os sonhos. Freud se interessa pelos delírios dos pacientes confusos, decorrentes de uma censura que não dissimula mais sua ação. Ela apaga tudo que lhe desagrada e torna o resto incoerente. A questão é saber se a supressão operada pela censura no sonho é da mesma ordem que a censura em jogo na psicose.
Freud compara a psicose ao sonho como realização de desejo: o sonho seria um fragmento da vida psíquica infantil que foi suplantado. Na psicose, o sujeito voltaria também a modos de trabalho psíquico antigos e suprimidos (unterdrückten) e encontra-se incapaz de satisfazer suas necessidades em relação ao mundo exterior. Freud nota sua negligência em relação à diferença entre os termos “recalcado” (verdrängt) e “suprimido” (unterdrükt). Ao dizer que a guardiã de nossa saúde mental é a censura entre o inconsciente e o pré-consciente, ele deixa a psicose associada ao mecanismo do recalque.
Finalmente, a diferença que define a psicose em relação ao sonho é estabelecida: neste, os impulsos vindos do inconsciente podem entrar em cena sem colocar o aparelho motor em movimento, ao passo que na psicose há um enfraquecimento da censura crítica ou um reforço patológico das excitações inconscientes que submetem o pré-consciente a seu poder e dominam as palavras e atos do sujeito ou levam à regressão alucinatória durante a vigília. Essa regressão é assim associada à submissão do pré-consciente ao inconsciente, antiga ideia de submissão do eu que será posteriormente desenvolvida em termos de conflito entre o eu e o isso.
Essa invasão pelo inconsciente tem o mesmo modelo que o estado segundo histérico, chamado de “psicose histérica” em 1895. A antiga diferença estabelecida entre os sintomas neuróticos da histeria e a psicose histérica é análoga à oposição entre o sonho e a psicose: os sintomas da neurose histérica são tidos como o resultado da realização de um desejo ao qual se opõe o desejo pré-consciente, como no sonho o pré-consciente impede o acesso à motilidade voluntária. Na psicose não haveria essa oposição do pré-consciente.
Concluindo, nos textos contemporâneos do “Manuscrito H”, sobre a paranoia, Freud considera os tipos de recalque isolados passo a passo como mecanismos de defesa que resultarão na separação entre o recalque (Verdrängung) e a rejeição, ou foraclusão (Verwerfung), isolados plenamente no caso do Homem dos Lobos, como vocês verão mais adiante. No final do século XIX, Freud conserva uma concepção dinâmica dos acontecimentos psíquicos, talvez mais próxima do último Lacan, que exploramos na preparação do próximo Congresso da AMP: “Todo mundo é louco, ou seja, delirante”.