A anorexia: corpos não aprisionados pelo discurso

Sandra Maria Espinha Oliveira
Psicanalista
Membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) e Associação Mundial de Psicanálise (AMP)
sandra_espinha@uol.com.br

Introdução

A anorexia, por se constituir como um sintoma fora do discurso, desvela o que se encontra no cerne da estrutura do sintoma como um gozo irredutível ao significante. Ela responde ao modelo de sintoma introduzido no último ensino de Lacan como um modo de gozo, um significante sozinho, uma letra, que fixa o gozo e não entra na estrutura da metáfora, abstendo-se de passar pelo Outro.

Aprendemos com Freud e Lacan que a entrada no discurso se dá ao preço de uma perda de gozo. No Seminário 10, para definir a operação primordial que permite a constituição do sujeito dividido, Lacan opõe à noção de traço, que transforma o corpo em significante, a noção de corte, que separa um resto que é gozo, um resto-órgão: o objeto a elaborado como uma extração corporal, à qual ele vai reduzir a dialética da causa. É a libra de carne, “pedaço carnal arrancado de nós mesmos” (LACAN, 1962-63/2005, p. 237), que é aprisionada na dialética significante e fica irrecuperável para sempre. Em torno do vazio deixado por essa perda estrutura-se o funcionamento pulsional. Sem essa cessão libidinal do objeto, “o gozo que o sujeito experimenta permanece inserido no corpo, ele luta para entrar em um laço social, para encontrar um lugar na lógica de um discurso” (COSENZA, 2024, p.63).

Os impasses nesse processo de cessão do objeto a como condição de entrada no discurso e no seu funcionamento simbólico foram analisados por Laurent e Miller (2005), à luz do último ensino de Lacan, a partir das mutações operadas no discurso do mestre tradicional pelo discurso capitalista, no qual o empuxe ao gozo sem limites tornou-se um imperativo que impregna o laço social e revela, em seu avesso, o declínio da função paterna.

Com a fórmula I < a, Miller e Laurent escrevem esse declínio do Ideal e definem o gozo contemporâneo como um gozo autístico, sem Outro, fora da lei da castração simbólica. Os sintomas contemporâneos são soluções alternativas ao sintoma freudiano em resposta a uma falha no processo de inscrição simbólica do gozo ou à sua impossibilidade, estando mais próximos da elaboração lacaniana do sinthoma e de sua concepção do inconsciente real, que fundam a clínica psicanalítica em torno do gozo que escapa ao significante.

 

Lacan escreve a mutação operada pelo discurso do capitalista sobre o discurso do mestre antigo e o apresenta como um pseudodiscurso que recusa a castração e prescinde do laço social, deixando de lado as coisas do amor. O mais singular do sujeito, seu mais-de-gozar, encarna-se nos objetos de consumo, que assumem a prevalência sobre suas referências identificatórias, apagam sua divisão e o deixam à deriva. Os efeitos de estrago produzidos revelam-se nas patologias do excesso nas quais, ao se tentar restituir o gozo ao corpo, o que se assiste é à sua ruína.

Lacan aborda o vínculo devastador do sujeito anoréxico com seu corpo a partir de uma “recusa do Outro” e por uma economia de gozo sem perdas que gira em torno do objeto nada (COSENZA, 2018, p. 22). Incluída entre as novas formas de sintoma, também chamados sintomas sociais ou patologias do excesso (COSENZA, 2024, p. 14), a anorexia aponta para a necessidade de se retomar a clínica psicanalítica a partir do real do gozo que se encontra no cerne do sintoma concebido como modo de gozo singular do sujeito.

A anorexia como fracasso da sintomatização da puberdade nas formas neuróticas

Os relatos dos casos das formas neuróticas da anorexia, que têm seu início na puberdade, isolam os fatores estruturais antecedentes à escolha da solução anoréxica como defesa frente aos impasses que uma jovem pode encontrar para se instalar numa posição sexuada como mulher e na dialética do desejo entre os sexos, decidindo-se pelo isolamento autístico do gozo assexuado que esse sintoma oferece. Entre o caminho da adolescência como sintomatização da puberdade, que supõe a passagem pela castração e pela perda de gozo, o caminho escolhido pode ser o da recusa do Outro como resposta ao estrago constituído pela relação com um desejo absoluto encarnado pelo Outro materno.

O sujeito se apresenta sem recursos diante de uma demanda esmagadora, ilimitada, desse Outro parental, que Lacan descreve como aquele que confunde seus cuidados com o dom de seu amor. Em suas primeiras elaborações, Lacan concebe a anorexia como a encarnação radical da irredutibilidade do desejo ao registro da necessidade e aborda a recusa anoréxica do alimento como uma demanda ao Outro de um signo de amor, um signo de sua própria falta.

Frente às dificuldades para separar-se de seu Outro absoluto, o sujeito encontra na solução anoréxica um tratamento do corpo constituído por uma disciplina radical destinada a exercer um domínio sobre si mesmo que acaba por se estender sobre o Outro. Trata-se de uma ação típica da posição anoréxica de controlar o Outro e de angustiá-lo, tornando-se para este “um objeto impossível de alimentar” (LA SAGNA, 2006, p. 67). A complacência perfeccionista do sujeito anoréxico em relação aos ideais parentais, que implica um “sim” indiscriminado à demanda do Outro tomada como uma ordem a ser executada, é acompanhada por um “não”, igualmente indiscriminado, da recusa anoréxica.

A anorexia se configura como uma tentativa de resposta a uma relação insustentável com o Outro, sobretudo com o Outro materno, uma tentativa imaginária de separação através da recusa do alimento, que por não funcionar como uma separação simbólica, acaba por reafirmar a onipotência desse Outro. A mãe se mantém como um Outro não castrado, onipresente, do qual é impossível se separar para que o sujeito faça a experiência de sua própria falta como irredutível ao campo do desejo materno. Na anorexia impera uma lei superegóica absoluta, sem desejo, ou como um “desejo puro” sem Outro, que se transforma em vontade absoluta de autodominação e em pulsão de morte (COSENZA, 2018, p. 130).

Em suas últimas elaborações, Lacan (1973-74 apud COSENZA, 2018, p. 130) muda a maneira de conceptualizar a relação da anoréxica com o saber ao realçar a tese de que “no cerne da relação do sujeito com o saber inconsciente não haveria desejo, mas horror ao saber” (COSENZA, 2018, p. 134). Ele acentua a recusa do saber inconsciente como o que causa horror ao sujeito anoréxico, que pode se deixar morrer para não encontrá-lo. O saber que absorve a anoréxica é um saber dessubjetivado, ancorado no regime alimentar que sustenta sua solução patológica e a deixa imobilizada e não dividida, servindo para encobrir o encontro com o horror ao saber ligado à estrutura do inconsciente como furo no real, sem garantia (COSENZA, 2018, p. 134).

A anoréxica faz com o Outro o mesmo que ela faz com o alimento, ou seja, ela o recusa. Seu discurso estereotipado em torno da alimentação eclipsa sua subjetividade e a afasta do laço social. A recusa do Outro tem como efeito o fechamento do inconsciente e se traduz por um saber congelado e vazio. A solução anoréxica tende a eliminar o intervalo entre os significantes de maneira holofrástica para excluir o enigma do campo do saber e ali colocar uma certeza absoluta, fora do significante, uma petrificação do gozo representada pelo nada (COSENZA, 2018, p. 313-314).

A recusa anoréxica coloca em jogo uma manobra de separação que não se produz a partir da assunção da alienação constitutiva do sujeito no campo do Outro, mas vai contra ela.  Para descrever essa pseudosseparação, que se manifesta no afastamento do sujeito do laço social, Domenico Cosenza destaca que a anoréxica sonha com uma separação sem perdas, uma separação imaginária que não coloca em questão a economia real do gozo que aprisiona o sujeito nas malhas do Outro e não passa pela castração simbólica (COSENZA, 2018, p. 192).

Em “Complexos familiares”, Lacan (1938/2003) localiza uma “recusa do desmame” na base da anorexia, associando o declínio da imago paterna a patologias ligadas a uma separação malsucedida do objeto materno caracterizada pela busca de um gozo pleno e nostálgico que reconstituísse a experiência primária de reencontro com a imago materna. Mais tarde, ele formulará que a anoréxica “come nada”, como uma prática que, pela recusa do alimento, produz um gozo afirmativo autodestrutivo. Não se trata, aqui, do mais-de-gozar que caracteriza a satisfação discursiva do neurótico, que é uma satisfação parcial ligada a uma perda. O gozo do nada na anorexia é um gozo ilimitado, sem perda, gozo do Um sem Outro, fora da significação fálica. O sujeito anoréxico se recusa a aceitar a perda de gozo causada pela inscrição simbólica de seu corpo no campo do Outro. Ao fazer da castração uma privação, a anoréxica positiva o gozo perdido no desmame (SORIA, 2016, p. 29). O gozo fica encapsulado no corpo e fora do discurso.

Na anorexia, a recusa do gozo recupera-se libidinalmente como gozo da recusa, como uma satisfação presente na autodestruição, na presentificação da pulsão de morte no corpo. A recusa é o modo de gozo específico da anorexia. O objeto nada funciona como defesa contra o gozo invasivo do Outro, mas também como causa de não-desejo, causa de um gozo sem limites que devasta o corpo e o faz conviver com a morte.

Para Lacan, o privilégio da imagem do corpo próprio supõe uma falta. A imagem é um véu que cobre o vazio introduzido pela castração e não se sustenta sem uma carga libidinal por ela regularizada (MILLER, 2008, p. 21). Quando o gozo pulsional não está regulado pela castração, como na anorexia, ele surge na imagem como um excesso e perturba a percepção do corpo próprio, provocando sua dismorfopercepção, tratando-se de um gozo que, no caso das mulheres, vai além de sua medida fálica. Quando a mascarada fálica como um modo de tratar o feminino — como uma forma de fazer um ser com o nada — falha, estamos no campo do não-todo do gozo feminino. Se o fálico não drena tudo o que pode se manifestar de pulsional na mulher (LACAN, 1958/1998, p. 739), se ela não sofre da ameaça da castração, ela pode construir seu ser despojando-se do ter (LAURENT, 1999). É desde essa posição feminina que se pode fazer uma relação entre o nada essencial da feminilidade e o dar a ver “nada do corpo” para a anoréxica, o que não significa ausência de véu, mas a presença do véu do horror. Ao contrário da mascarada fálica, que suscita o desejo, o véu do horror recusa o desejo e remete à encarnação da morte no corpo, que convoca a satisfação da pulsão escópica. A tentativa de negativizar o gozo pela via do imaginário falha e o excesso que surge na imagem é signo de um real não delimitado pelo significante.

É esse excesso de gozo retido no corpo que a anoréxica trata com o controle rígido de seu peso e que lhe retorna como culpa e horror. O temor de ganhar peso e a alegria de ser magra revela o caráter egossintônico do sintoma anoréxico, que remete ao fracasso da equação corpo = falo, à qual responde a falicização da magreza nas formas anoréxicas de tipo histérico.

No último Lacan, a ampliação do conceito do inconsciente como real abre a possibilidade para intervenções do analista sobre esse real, sem que elas levem necessariamente à abertura de sua dimensão simbólica, embora a aposta de que o sintoma se dialetize esteja sempre presente. Nessa dimensão do inconsciente como S1 sozinho, a operação do analista é uma operação sobre a defesa, orientada pelo real, e não pelo recalque, abrindo-se, por essa via, a possiblidade de distintos usos do psicanalista (EIDELBERG; SHEJTMAN; SORIA, 2004, p. 44).

Nessa perspectiva, o analista deve se colocar na posição de um objeto que se deixa manobrar pela transferência, sem que esta seja uma operação passiva. Ele deve evitar o fracasso que constitui o deciframento do sentido frente a um sintoma reduzido ao sem sentido do gozo. Suas intervenções, orientadas pelo real do gozo, devem visar a introdução de uma surpresa interna ao próprio discurso do sujeito, com o fim de fazer vacilar as certezas que alimentam o gozo do sintoma e separar o sujeito do lugar de objeto do gozo do Outro. É através da experiência analítica, sob transferência e sob os efeitos de escanção das intervenções do analista, que, tratando-se de uma estrutura neurótica, pode-se restituir à palavra o seu poder de isolar, na história significante do sujeito, os núcleos de sem sentido em torno dos quais o sintoma anoréxico se estruturou.

No que se refere ao real em jogo no sintoma, o manejo da transferência, tanto com o sujeito, quanto com seus pais, visa produzir efeitos analíticos identificáveis por uma cessão do gozo ao poder alienante da fala. O encontro com o real da angústia, que pode ativar uma demanda analítica no sujeito e sintomatizar a angústia dos pais (COSENZA, 2018, p. 350), deve, no entanto, ser calculado com delicadeza.

A anorexia na estrutura psicótica de tipo melancólico

Nas formas psicóticas da anorexia, a recusa do Outro pode conjugar-se com um Outro que recusa. “Ser a recusa do Outro” pode tornar-se o programa pulsional do sujeito, revelando-se em passagens ao ato autodestrutivas e em operações de desligamento do Outro que o deixam à deriva. Na falta de que o desejo da mãe seja metaforizado pelo Nome-do-Pai, o sujeito pode encontrar, no ponto devastador de sua relação com o Outro materno, seu ser de dejeto.

Se o mito freudiano do pai primevo dá conta da passagem do pai vivo ao pai morto, significante, a presença real do alimento na solução anoréxica pode ser um índice de que o pai não se tornou um significante para o sujeito. Ele pode se identificar com o objeto perdido em uma posição melancolizada, quando o amor pelo objeto se refugia no eu e o ódio entra em ação sobre esse objeto, fazendo-o sofrer e tirando satisfação sádica de seu sofrimento (FREUD, 1917/2010 apud FERREIRA, 2014, p. 124). Frente à foraclusão do Nome-do-Pai e a consequente não extração corporal do objeto, que se manifestam na mortificação extrema do corpo e na fragmentação estrutural da imagem, a solução anoréxica pode ser lida como uma identificação com o pai primevo como detentor de um gozo ilimitado, como formulado por Freud (1914-15/2000).

O “comer nada” torna-se uma operação de nada ceder ao Outro para reter na boca o gozo primário não incorporado pela estrutura significante, em uma regressão nostálgica em direção à fusão com esse primeiro objeto mítico de satisfação que é a mãe como Das Ding e “fator de morte” (LACAN, 1938/2003, p. 41).

As referências ao estranhamento que causa o olhar-se no espelho, em que o sujeito encontra sempre uma distorção, revelam o retorno, na imagem, da retenção no corpo do objeto não extraído do corpo do Outro. O que se presentifica na imagem é o eu sem seu revestimento narcísico e identificado ao objeto, é o próprio olhar do sujeito como objeto não separado do olhar de seu Outro primordial, que encarna em seu corpo a ferocidade sem limites do supereu. Há sempre algo em excesso a ser eliminado do corpo e que visa destruir o elemento estranho, Unheimlich, da imagem corporal (COSENZA, 2024, p. 184-185), mortificando-a. É o gozo da vida que retorna ali aonde o recurso à imagem não é suficiente para aprisioná-lo. O real inominável de seu ser de dejeto retorna no espelho e pode ser nomeado através de autoinjúrias.

O amor ao pai transforma-se em um ódio de intensidade desmedida, acompanhado por sentimentos de rancor e vingança. A perda do lugar de onde o sujeito se via como amado retorna como puro ódio voltado contra si mesmo, que pode forcluir o amor. O sujeito se identifica com o furo deixado pela ausência do pai e passa a dirigir contra si mesmo o ódio àquele que o abandonou, encarnando o supereu que trata sadicamente o sujeito como um objeto (FREUD, 1917/2010). Quando o eu perde o revestimento narcísico, i(a), que um S1 lhe fornecia como suplência, evidencia-se o seu estatuo de objeto a como dejeto, como buraco no simbólico, equivalente à forclusão do Nome-do-Pai, buraco por onde se esvai a libido corporal. O que surge é esta dor profunda, uma tristeza profunda, que torna a vida vazia e sem sentido. A sombra do objeto recai sobre o eu (FREUD, 1917/2010).

Destaca-se, nas formas anoréxicas ligadas a uma estrutura psicótica de tipo melancólico, a posição da analista, que, pela permanência de sua presença, não deixa cair o sujeito e o coloca ao abrigo de seu empuxo autodestrutivo. O analista não deve recuar frente à gravidade do sintoma e não responde a esta pela angústia nem pela indiferença, mas manejando a transferência de forma a evitar se instalar no lugar desse Outro cruel que maltrata o sujeito, favorecendo a abertura de caminhos para outros pontos de estabilização paralelos a um sintoma alimentar de dimensões mais reduzidas.

Conclusão

Um amor que não contempla a dimensão da falta produz uma distorção radical da relação da mulher com o não-todo do gozo feminino que pode, então, transformar-se no sem limites do gozo anoréxico. No último Lacan, o não-todo do gozo feminino será generalizado pela afirmação de que não-todo real do gozo do falasser se resolve pelo Nome-do-Pai. Para além da sexuação edípica, Lacan propõe uma sexuação fundada sobre o real da estrutura, ali onde “não há Nome-do-Pai, a menos que cada sujeito o coloque no lugar” (SKRIABINE, 2006, p. 58, tradução nossa) através da lei particular que cada um encontra em seu sinthoma.

O Nome-do-Pai como sinthoma vai mais além do pai freudiano e define-se como função de nomeação, que não é comunicação, nem laço com o Outro, mas laço entre o sentido e o real. Como sinthoma, ele é uma invenção que faz manterem juntos, para cada sujeito, um por um, os registros do Real, do Simbólico e do Imaginário, e permite fazer consistir uma realidade sem existência, na qual se desenvolve o laço social no campo dos discursos (SKRIABINE, 2006). Fazer consistir uma realidade que não tem nenhuma existência intrínseca, uma vez que ela não é senão um véu tecido de imaginário e de simbólico que recobre o real, é necessário para que o ser falante se proteja do real insuportável que se esquiva do significante e da imagem (SKRIABINE, 2006). À essa generalização da forclusão do Nome-do-Pai, introduzida pelo gozo feminino, vai corresponder uma clínica orientada pelo real e pela singularidade do gozo sinthomático.

A recusa anoréxica pode encobrir uma estrutura clínica e dificultar o estabelecimento de um diagnóstico estrutural, que só pode ser feito sob transferência e pode exigir um longo tempo de tratamento. Ela não é redutível a uma estrutura, mas existe como formas singulares de anorexia nas diferentes estruturas clínicas, exercendo “funções diferenciadas para o sujeito em relação às exigências específicas que a estrutura comporta para ele” (COSENZA, 2018, p. 169).

 

1. Texto apresentado na 29a Conversação da Seção Clínica do IPSM-MG em 29 de junho de 2024. As referências aos casos clínicos foram extraídas do presente texto aqui publicado. Nossos agradecimentos à autora pelo desafio de uma nova escrita.

Referências
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