O Que Fazer Com Seu Corpo?

SÉRGIO DE MATTOS (RELATOR)

GIULIA PUNTEL

Problema

Como se constrói hoje um corpo?

O corpo se evidencia no último ensino de Lacan; não se goza sem corpo. Contudo em “Adeus ao Corpo”, Le Breton cita Stelarc: o corpo é obsoleto, é urgente livrar-se dele ou emparelha-lo com tecnologias e experiências extremas para ampliar possibilidades. Na performance The third hand, uma prótese de mão, aumenta muito a eficácia corporal, a partir de sinais elétricos vindos dos músculos abdominais e da perna. Longe de ser supérflua, a terceira mão agarra objetos, gira sobre si, é capaz de sentir.

Ao mesmo tempo, os corpos cada vez importam mais, hiper investidos, mais visíveis que nunca. A perda do corpo do mundo, de suas coordenadas simbólicas orientando nossos modos de gozo, nos leva a preocupar-nos com o corpo para dar corpo à nossa existência.

Investigar o tema e testemunhos sobre sua construção permitiram apreender o problema desde as sociedades tradicionais até as contemporâneas. Recorremos a estudos antropológicos sobre a população ameríndia, à prática do Zazen e às atuais modificações corporais. A segunda vertente do relatório trabalha a construção a partir de conceitos da psicanálise.

Campo de construção

Seja para proteger, curar, negar, alimentar, gozar dele, extrair de outros substancias para compô-lo, o corpo é centro das preocupações humanas. Ele sofre, não funciona, não aquenta mais, precisa satisfazer-se, domina nossa existência nos momentos que não está bem. É na hiância onde o mal estar se instala que dele lembramos e precisamos construir ou reconstruí-lo.

Um corpo nunca esta pronto e a rigor não sabemos o que ele é. Sempre aquém ou além, surpreendente, desregulado, imaturo, o corpo que fala, é aberto a um espectro de afecções e capaz de ampla gama de respostas. É essa sensibilidade e potencialidade que o torna também capaz de sintomas e novos arranjos.

Algum corpo não passou por modificações? Consciente ou inconsciente, voluntariamente ou não, pela alimentação, pelo uso no cotidiano, pela estética, podemos afirmar que todo corpo é de uma forma ou outra alterado, transformado. A história da humanidade é marcada por modos de interferir no corpo com múltiplas justificativas. M. Mauss nas “técnicas do corpo” mostra como cada cultura constrói seu corpo à sua medida sem cessar. A psicanálise começou interessando-se pelo corpo que não obedecia a fisiologia. Os distúrbios psicogênicos na visão, paralisias histéricas são clássicos. Hoje visível em todos os lugares, o corpo sobe ao céu- não mais a alma – como lugar de gozo. Assim precisamos investigar como foram e são hoje construídos, o que as novidades nos ensinam e suas consequências.

O corpo Genérico – os Yalawapíti

de Castro mostra como a noção de corpo construído é intrínseca à vida ameríndia. Nos Yawalapíti o corpo humano é submetido a processos intencionais e periódicos de fabricação: inumakiná (Umá, fazer ou fabricar). As relações sexuais são o inicio dessa tarefa. Fabricar significa também “mudar o corpo” e consiste em intervenções que conectam corpo e mundo: fluidos vitais, alimentos, eméticos, furos, escarificações, pedaços de outros corpos, penas, peles, óleos. Porque o que faz um corpo (humano ou não) é o modo pelo qual é afetado: o que ele come, como se move, se comunica, onde vive, se é gregário ou solitário. O corpo é um feixe de afecções e capacidades.[1]

O corpo das espécies, sendo o modo pelo qual o espírito universal indiferenciado se particulariza, faz de tudo que existe um possível enunciador, capaz de autorreflexão, em posição de sujeito da perspectiva de um corpo. Corpo animal e humano são instrumentos e não falsa aparência de uma essência; são dispositivos que especificam o espirito. Por isso é preciso construí-lo desde cedo. No perspectivismo ameríndio, corpo não é sinônimo de realidade em si, mas conjunto de modos de ser que constituem um habitus.

Trata-se menos de um processo de desanimalizar pela cultura que de particularizar algo inicialmente demasiado genérico,diferenciando-o de outros coletivos humanos e de outras espécies. [2] Não se trata de culturalização de um substrato natural mas de fabricação. E ao lado da fabricação a metamorfose – yaka –que reintroduz o excesso e a imprevisibilidade na ordem do socius. Vestir uma máscara ritual é ativar os poderes de um corpo outro, como no uso dos trajes de mergulho. Veste-se um escafandro para funcionar como um peixe, respirando sob a água. Com a aquisição da linguagem, passa-se o mesmo, para os índios, ela se dá no nível dos hábitos corporais. Aprende-la supõe que essa toque o corpo, com o sexo, os fluidos fisiológicos, a alimentação, com uma materialidade encarnada, que informa o envolvimento com a linguagem.

Zensualidade

Ao lado do livro de M.Hardt e A.Negri, Império, nosso encontro, evoca em Lituraterra: Império dos Semblantes. Alusão ao Império dos signos[3], livro de R.Barthes sobre o Japão, onde a escrita comporta o vazio de significação e a sociedade sabe lidar com o vazio: A troca de signos é de uma riqueza, de uma mobilidade, de uma sutileza fascinante […] A razão é que lá o corpo existe, segundo um puro projeto erótico.

O livro destaca a arte das embalagens, magníficos embrulhos do vazio. Apreço pela vacuidade, presente nos haicais e na própria escrita ideográfica, onde predomina isenção e efração do sentido. O que é aí o corpo, nesse mundo flutuante de signos que se entretém entre si? Na história japonesa, nota-se ao lado da produção de moldes, formas de entender, viver e expressar o corpo; um outro modo, perturbador, que o Zen gerou no seio dessa cultura.[4]

No primeiro caso, usos paradigmáticos do corpo, encarnados nos setores dominantes, em seguida imitados pela população. Conjunto de certa iconografia corporal: samurai, haijin, gueixa. Por outro, Zazen prova de que o Império dos signos não se fecha sobre si, funcionando como ferramenta opondo-se ao marco mental e social restritivo, intervindo no modo de entender o corpo e valer-se dele. Zen concebe o humano como corporal (sem alma, interioridade, sem sujeito que dirija), numa prática da vida da pessoa-desde-o-corpo, lugar de apagamento e esvaziamento do sentido. Corpo em transito entre bonbu e bodhy (vivência e representação do corpo mais imaginativa, sensorial). O Zazen não elimina paradigmas mas os desestabiliza, os relativiza, os subverte.

Tal postura surgiu do encontro das doutrinas budistas com uma visão gozosa, corporal e emotiva do ser humano, já encontrada em Genji Monogatari, encontro cujo produto é segundo Otávio Paz o que o Japão nos ensinou: uma sensibilidade.

Marca-se ai uma diferença em relação às abordagens paradigmáticas do corpo, nessas a construção social atua como realidade fundante do ser humano. A visada própria do Zen não desconsiderando fatos históricos, inclui uma resposta que não é dócil à pauta corporal proposta, abrindo-se à construção de uma dicção sobre eles! A lógica da posição anti-paradigmática é a explicitação da natureza singular da experiência corporal.[5]

Essa abertura ao novo emana do hara[6], desde onde o corpo pensa outramente, pensa sem pensar (mushin), sem consciência pessoal. Concentrando na postura, consentindo a tudo que lhe ocorre, sem ir contra nem se entretendo com isso, esse corpo deixa-se atravessar, por um saber, que não é nem instintivo, nem tampouco um sistema articulado. Saber que no budismo se chamaPrajna: Sabedoria além da sabedoria, experiência de vacuidade e interconexão entre as coisas, representável com imagens da vacuidade e transitoriedade (rios, nuvens) expressão de uma existência sem substância.

Body Mod: Identidade em pedaços

Alguns cortes fizeram girar o uso do corpo na história do ocidente que traçam a rota até o momento atual. O primeiro quando os anatomistas transgridem a fronteira da pele, dissecam os corpos, expõe as vísceras, abrindo espaço para o surgimento no ocidente de um corpo-objeto.[7] O segundo, instaurador da modernidade, o cogito cartesiano[8], separa o homem (substância pensante) do corpo cujo modelo é a máquina feita de peças e engrenagens (substancia extensa). O corpo encarna então a parte ruim e frágil, um rascunho a ser corrigido.

Outro fator de corte: as estruturas imaginárias da história; a rede de símbolos da tradição judaico-cristã. Na Criação divina homens são co-criadores, logo há valorização da ação sobre o mundo e gosto pela experimentação. O Cristianismo por exemplo fundamenta sua especificidade nos temas da encarnação, conduzindo a atividade espiritual que lhe é própria para seu enraizamento objetivo.

Nesse ambiente surge uma razão motivada a tomar o corpo imperfeito, mortal e sua reconstrução, como um dos empreendimentos mais importantes da modernidade. Essa razão militante adquire impulso, devido as novas tecnologias, tornando-se uma das apostas estratégicas mais subversivas e de alto impacto das performances contemporâneas. O empreendimento de compensação das fragilidades tem paradoxalmente o levado a tornar-se excesso e imagina-se seu desaparecimento, substituição, imersão num mundo virtual. Esse ativismo que invadiu o mundo com seus objetos técnicos, relativizou valores, perturbou tradições, desligou o homem de suas imagens estáveis propostas pelo social, deixando os corpos desligados de suas referencias vindas do Outro. Corpos deixados a si-mesmos convocados a se construírem sem as antigas referências que os dominavam mas também os confortavam. A atualidade dos corpos, configura-se com a convergência de alguns fatores importantes: 1) Corpo do ser falante nascido imaturo fragmentado 2) Discurso científico cujo método reduz o corpo a peças de uma máquina que podem ser trocadas, reparadas 3) Imaginário coletivo que pretende recriar a natureza 4) Introdução no mundo de próteses cada vez mais sofisticadas e potentes compensando os limites corporais.

Do ponto de vista da psicanálise, o cenário produz um corpo em que a libido a ele retorna com mudanças de distribuição. A libido que se ligava aos objetos do mundo e estabilizava imagens do eu enquadrada pelos ideais, retorna investindo novos objetos que erogenizam o corpo de formas isoladas. Constrói-se – com objetos-signos – ilhas de satisfação, em uma região que parece nova. Discernível entre um que de hipocondria (retorno da libido a novas áreas investidas do corpo que ganharão erogeidade) e um investimento num corpo construído individualmente para reconectar-se a um Outro cada vez mais circunscritas a âmbitos limitados entre pares ou como arte. O corpo encarna-se em performances individuais, com características inéditas.

Nas entrevistas[9], nota-se efeitos das modificações:

Thiago: Comecei com 15 anos… estava construindo minha identidade diferente da desejada pelos pais, o menininho que vai para a Igreja que não toca no corpo… não conseguiria viver sem essas modificações … sempre tive interesse por corpos que não fossem padrões.

Há uma satisfação diferente antes e depois das modificações? Thiago: Eu era completamente complexado com meu corpo, … estranha minha relação com ele, não usava bermuda, nem camisa regata…me achava branco, perna fina, braço fino, conforme fui me modificando fui recuperando meu próprio corpo. Tatuei a perna ganhei uma bermuda, tatuei o braço usei regata, até conseguir trabalhar com performance artística e chegar ao nu, foi recuperar o corpo mesmo – as modificações me ajudaram muito, é um outro Thiago …foi a forma que encontrei, outra pessoa encontra outra, fui ganhando meu corpo à medida que fui modificando-o.

Como escolhe o que vai colocar no corpo?

Rafa: O que escolho pode ter significado ou não… são coisas que remetem a algo que vivi … tinha problemas com o corpo e ainda tenho, sou muito tímido, era fechado e isso abriu uma porta, me forçou a socializar, a responder o que era aquilo que viam. Minha pele é minha história. Já fiz modificações, suspensão pra chegar no meu limite, queria me elevar, sair do corpo… Mas não tem padrão! Não quero que generalizem! Cada um faz por um motivo…um porque é doidão, outro quer uma elevação espiritual, você é modificado, não julgue minha modificação, só entenda que é ser humano.

O corpo para você é obsoleto?

Thiago: Completamente. Se fosse levar em consideração o natural, já estaria morto. Além da construção da identidade e o recorte tatuagem e piercing, sou asmático, preciso de uma bombinha pra respirar, tenho esteretrocônio, precisei de transplante de córnea, lente de contato e óculos, precisei da tecnologia pra sobreviver.

Os testemunhos, embora não generalizáveis, contém constantes que encontramos nas bibliografias: construção da identidade, domínio de si, experimentação dos possíveis corporais. Aqui o indivíduo, torna-se ele próprio fonte de escolhas segundo as ofertas do seu mundo, como modo de vivificação e gozo. Os corpos ai respondem à lógica da bricolagem, sujeitos aos acontecimentos que o marcam, gerando uma erótica das peças. Tomados nesse contexto, como conjunto de peças carnais, é possível dizer com Orlan: “Querida amo seu baço e a linha de seu fêmur me excita”.

Na atividade artística propriamente dita Irene Accarine, com Stelarc, Orlan e outros, propõe um conceito que nos serviria para pensar esses corpos: o “alter-corpo” ou “corpos-elas”, eles contrastam com as imagens pseudo belas das publicações que alimentam os olhares dos solitários de nossa época, são corpos que gozam de si mesmos deslocados, feitos de outras bordas que aquelas delimitadas pelo domínio do signo fálico e da imagem ideal.

Construção pela psicanálise

A psicanálise também constrói seu corpo. O constrói como imagem, corpo do Outro e lugar de satisfação: corpo libidinal, pulsional. É para a psicanálise antes de tudo um corpo que se faz para gozar de si mesmo. Ela o constrói ao longo dos tratamentos, no autismo, psicoses e menos evidente nas neuroses; torna-se evidenciado nos testemunhos de Passes.

Como imagem, orientou Lacan, a relação entre ela e seu efeito de real. Eficaz por dar unidade ilusória a um organismo pontuado por ilhas de autoerotismo. O estádio do espelho advém dessa orientação, a imagem narcísica, o eu ideal ao qual o sujeito nunca se identificará totalmente e o ideal do eu, enunciações de valor e rejeição. Imagem global e corpo fragmentado se enlaçam nessa montagem através das zonas erógenas: pontos de abertura do organismo e grampos, permitindo a comunicação entre corpo e mundo exterior através das experiências de gozo.[10] Na ruptura desse laço, a explosão da imagem global, angustia, estranheza e catástrofes subjetivas.

É isso que causa alguns avanços da ciência: rupturas da imagem total, ao converter o organismo em objetos cortados, compráveis, refragmentando o corpo ao extremo. Também ao criar novas imagens, vistas por máquinas, ela escapa das redes simbólicas que as continham produzindo efeitos perturbadores. Neste contexto, M.H Brousse considera que o eu ideal vem substituindo o Ideal do Eu: à medida que a ciência avança em relação ao conhecimento e às modificações do organismo e das imagens, mais débeis são os ideais tradicionais, relacionados ao discurso do Outro sobre o corpo, e sobre essa questão corporal do gozo… esse ideal funciona, por certo, como imagem do corpo, mas uma imagem do corpo um pouco cortada do Outro da palavra. Mas parece-nos que além disso, um certo retorno a um relativo autoerotismo das peças soltas também ocorre.

É preciso notar que uma tese psicanalítica sobre a construção dos corpos, supõe uma comunicação, que se faz entre o corpo, a imagem e o Outro, ou sua falta. Talvez possamos ver nos testemunhos dos Body Moders uma espécie de reatualização do Estádio do Espelho num diálogo, as vezes monólogo, com o estatuto atual desse Outro. E nos testemunhos de passe aspectos dessas interações levada ao extremo.

O primeiro testemunho de Marcos André Vieira, nos lembra que o corpo que temos é feito daquilo que foi possível fazer com o que o Outro fez conosco. Ele se constitui a partir do encontro entre o excesso que nos habita e a incidência do Outro em nossa vida. O que se traça deste encontro define o que será e o que não será possível em termos de prazer e dor, assim como dos locais onde isso acontecerá.

Nesse espaço entre vivo, imagem e Outro, incorpora-se toda sorte de composição do que seria para cada corpo que fala, a construção de um modo de gozo que um tratamento pode construir.

Marcus testemunha como seu corpo montado pela fantasia vivia-se como um mosquito leve até ser tocado pela palavra do analista com a gravidade de um tambor: Seu coração é um tambor – estantanbour. A interpretação do analista é visceral; desloca a montagem significante e imaginária do fantasma (mosquito leve) e se serve da materialidade sonora ressoando no corpo como as batidas do coração tambor. Trata-se de um exemplo paradigmático, do uso da interpretação analítica, no que diz respeito a construção do corpo. Marcus testemunha a partir deste momento o acontecimento de um novo corpo. Naquele vivido como um mosquito, coração batendo rápido, tomado em uma constante luta de picadas e partidas, Marcus vê abrir-se um espaço corporal sem lugar e forma claros, e nada do Outro. Do mosquito ao corpo tambor aparece um vácuo, onde um novo corpo pode acontecer. Seria instrutivo investigar como neste nível da experiência analítica, tocar o corpo depende da materialidade sonora e de ressoar em um vazio? Jésus Santiago testemunha[11] como o orifício não é um oco e que é preciso alcança-lo – o vazio intrínseco da pulsão – para livrar-se do engodo fálico. Seriam nossos corpo, cada um a seu modo, como um tambor – borda/vazio – com suas sonoridades que poderão ou não ser tocado pelo analista segundo uma interpretação visceral?

Corpo do acontecimento de gozo

Desde o gozo, somos, e os passes dão seus testemunhos – antes de tudo construídos por acontecimentos de corpo, incorporação, corporificação, provocando desregulação no organismo, despedaçamentos, excessos jamais apaziguados pelo princípio do prazer. Somos feitos de efeitos no corpo chamados à partir do seminário XX de afetos. Afecções no corpo vivo, excitações perturbadoras que constituem na raiz os corpos que nos chegam para tratamentos, marcados as vezes febrilmente com signos que não lhe dá consistência.

O significante traumático, piercing significante, escarificação da linguagem, escrita litoral, faz buraco no corpo e carnaval, e poderíamos reserva-lhe o status do mais radical elemento material, de construção do corpo no que se refere à nossa práxis. Sobre essa carne cuja palpitação, condiciona e anima todo o universo mental [12], o acontecimento de corpo, é o que consideramos como a substancia última, a argamassa do que constrói hoje um corpo para nós.

Para finalizar uma advertência. Cito Lacan: Quando voltarmos à raiz do corpo, se revalorizamos a palavra irmão […] saibam que o que sobe, que ainda não vimos até as últimas consequências, e que se enraíza no corpo, na fraternidade do corpo, é o racismo. E. Laurent[13]comenta o que ai se anunciava, baseava-se na lógica de que diante do desatino do nosso gozo, só haveria o Outro para situá-lo:não sabemos o que é o gozo segundo o qual poderíamos nos orientar. Sabemos apenas rejeitar o gozo do outro. Daí a vontade de normalizar o gozo daquele que esta deslocado.

 

 


Sérgio De Mattos (Relator)
Sérgio de Mattos Psicanalista. Membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP), Membro da Associação Mundial de Psicanálise (AMP). E-mail: sergioecmattos@hotmail.com